a vespa
é uma mosca que faz mel
eu,
ora vespa, ora mosca, ora mel
a verdade é que sou muitas
mas me dão uma só
a verdade
na verdade
só meu espírito
nada cansado
sabe
JUN/23
meu eu
que é teu
é tudo
menos eu
meu dorme
por isso me assusto
mas quando desperta
nesse momento
eu sou
e já não quero
ser mais nada
DEZ/24
A formiga e o elefante
uma formiga não será um elefante
porque um elefante não é uma formiga
uma formiga cabe nessa sala, nessa palma
há formiga em todo lugar
o elefante não cabe na sala,
nem na palma
nem nunca vi em lugar nenhum
o amor é formiga
mas há quem pense que é elefante
elefante pode matar formiga
mas formiga não mata elefante
DEZ/24
Dia errado
Tô escrevendo em dia errado
nem me sinto incomodado
do tempo não ser esse mais
Não brigo mais com calendário
e nem escrevo diário
que é para parar de me cobrar
Quando quero eu registro
de qualquer jeito no improviso
em qualquer folha de papel
Porque a tela (essa aqui) não risca
tudo brilha, quase faísca
tudo nela quer se mostrar
Mas o papel atende tudo
borracha e qualquer conteúdo
sem ordem, like, ou estética
Tem papel ali na mesa
entre o café e a cerveja
esperando eu me mostrar
Que bonito o que escrevo pra fora
que passa dentro e vai embora
como (quem) nem queria ser
E foi sendo e me livrando
de tanto erro, de tanto pranto
que depois eu vi, não era
Era vida acontecendo
com muita pressa e desassossego
me mudando de lugar
Bonito é o que escrevo aqui fora
que passa dentro e vai embora
como xícara de café
Que aquece e desperta a alma
sinto o cheiro e vivo com calma
escrevo no dia que é
FEV/21
Copyright © 2024 Atempo Δ Sempre há! – Todos os direitos reservados.
Usamos cookies para otimizar sua experiência nele. Ao aceitar nosso uso de cookies, seus dados serão agregados com os dados de todos os demais usuários.